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Esclerose múltipla - Tratamentos

Pessoas que sentem com freqüência sintomas como fadiga, fraqueza braços e nas pernas, formigamento, tremor, disfunção na bexiga ou perda de visão temporária ou total devem ficar atentas, pois podem ser portadoras de esclerose múltipla, uma doença neurológica crônica, de causa ainda desconhecida e que atinge cerca de 2,5 milhões de pessoas em todo o mundo e aproximadamente 30 mil no Brasil.

De acordo com informações da Associação Brasileira de Esclerose Múltipla (ABEM), a doença atinge principalmente mulheres da raça branca, com idade entre 18 e 45 anos, e, curiosamente, que moram em áreas com boas condições sanitárias.

De acordo com o neurologista André Muniz, chefe do serviço de neurologia do Hospital Salvador, com sede na capital baiana, a esclerose múltipla é resultado de uma alteração no sistema imunológico, onde as células de defesa não reconhecem a bainha de mielina (que é uma espécie de revestimento dos nervos) como parte integrante do organismo, passando a atacá-la, danificando-a e inviabilizando a comunicação cerebral. A doença, que tem componentes degenerativos e inflamatórios (inflamação no sistema nervoso central, do qual fazem parte o cérebro e a medula espinhal), é caracterizada por surtos e está sujeita a crises que podem ser uma neurite óptica, uma fraqueza muscular, uma descoordenação motora que causa dificuldades para realizar vários movimentos com os braços e pernas, ou uma alteração urinária. O tipo de surto vai depender da região inflamada no cérebro e na medula espinhal, e a evolução é imprevisível e individual.

O tratamento precoce da esclerose evita a piora do quadro do paciente provocado pelas inflamações, por isso quanto mais cedo for detectada, melhor. Em relação ao quadro degenerativo ainda não existe um tratamento que previna a piora do paciente, mas em relação ao inflamatório é possível fazer um tratamento preventivo onde o paciente pode permanecer com os sintomas, porém com surtos mais espaçados. "Esta é uma doença que não tem cura, mas tem tratamento. Ainda não se sabe o que a desencadeia. Existem algumas teorias que apontam fatores ambientais como uma transmissão viral, e outras que apontam o fator genético", explica o neurologista.

Dentre os possíveis tratamentos, há os que são realizados com imunomoduladores - drogas que não tiram a defesa do paciente e ajudam a inibir as inflamações. Os imunomoduladores têm o poder de retardar a doença e ajudar a diminuir a quantidade de surtos que o paciente tem durante o ano. Há também o tratamento feito com imunossupressores, que são drogas mais pesadas, que diminuem a imunidade do paciente, deixando-o mais suscetível a ter infecções secundárias. Os imunossupressores são usados nos casos mais graves.

Segundo o neuro-oftalmologista, Bruno Meireles, do corpo clínico da Oftalmoclin, localizada também em Salvador, um dos primeiros sinais que podem surgir em um portador da doença é uma perda da visão, e que normalmente retorna ao longo do tempo, associada à dor ocular, chamada de neurite óptica. "A pessoa pode ficar 100% sem enxergar por algum período de tempo, e esse sintoma pode se repetir. Ao acontecer isso é necessário procurar um oftalmologista, onde serão pedidos exames neuro-oftalmológicos, de imagem e laboratorial. Ao confirmar a esclerose, o paciente será encaminhado para acompanhamento de um neurologista", informa o especialista.

Bruno Meireles esclarece que a neurite está geralmente associada a outras patologias como a esclerose múltipla ou infecções como toxoplasmose, citomegalovírus (vírus que é contraído pelo sangue ou pelo sexo), entre outros problemas. "Ao contrário das neurites ligadas às infecções, que têm cura, quando se trata de esclerose múltipla, não temos como sanar a doença. Temos, porém como propor um tratamento que tem como objetivo abrandar as crises e espaçá-las, proporcionando aos pacientes uma vida normal", confessa.

Além deste problema ocular, outros sintomas que também podem estar associados à esclerose são os relacionados ao sistema urinário, entre eles, uma grande freqüência ou dificuldade de urinar, incontinência urinária, até mesmo problemas na ejaculação, no caso de homens. O urologista baiano Carlos Oliveira, que atende no Itaigara Memorial Hospital Dia, explica que as pessoas com esclerose têm as informações que vêm do cérebro descoordenadas, e no caso do sistema urinário, ele fica "desregulado". "Esse paciente tem o controle da bexiga comprometido, e em alguns casos ele sente a bexiga cheia sem que ela esteja, fazendo com que vá ao banheiro mais de oito vezes ao dia, ou então não consegue urinar", comenta.

O especialista também esclarece que a falta de controle em segurar a urina pode ser outro sinal da doença. Segundo Carlos Oliveira, a bexiga enche até chegar ao seu limite máximo, e o cérebro não é "avisado" da vontade de ir ao banheiro, o que acaba ocorrendo a liberação involuntária da urina, patologia conhecida como incontinência urinária. Ele lembra que em casos como esses, o rim pode ser afetado. Há ainda outros problemas que atingem o aparelho urinário, mas que apenas afetam homens. "No sexo masculino, as informações desencontradas vindas do cérebro ou da medula podem afetar a vesícula seminal (que é o reservatório do sêmen), podem causar um distúrbio na vontade sexual e na ereção, e até ocasionar o priapismo, que é a ereção mantida por longo tempo, podendo chegar a uma semana consecutiva. Se o priapismo não for cuidado precocemente, pode levar o paciente à impotência", revela.

Carlos Oliveira avisa que sintomas no sistema urinário podem ser decorrentes de diversos outros problemas, mas que se tratando de esclerose múltipla, o nível das complicações vai depender do grau em que a doença está. "Podemos recomendar tratamento para melhorar a sintomatologia e seus efeitos maléficos, e para isso usamos medicamentos para retardar a evolução. Em urologia, indicamos remédios para evitar urinar e para aumentar o tônus muscular da área, ou um direcionado para ejaculação. Em alguns casos indicamos fisioterapias na área pélvica", pontua. Para o médico, a doença é séria porque envolve qualidade de vida, mas que se descoberta no início há como aliviar seus efeitos. "É importante dizer que a esclerose é multidisciplinar e que para um melhor resultado os pacientes devem procurar, além de um neurologista, especialistas das áreas afetadas para um melhor acompanhamento e assim poder evitar problemas no funcionamento de diversas partes do corpo", diz.

Créditos:
Data da inclusão: 28/04/2008
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Contato: Marcele Facchinetti


Leitura adicional:
Esclerose múltipla - O que é, causas, cura e tratamento



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