A asma é uma doença muito freqüente e afeta cerda de 10% da população mundial, sendo que atinge cerca de 13% das crianças e adolescentes entre 06 a 07 anos e 13 a 14 anos. No Brasil, ocorrem cerca de 350.000 mil internações por asma, constituindo-se no quarto maior gasto com hospitalização no Sistema Único de Saúde e a terceira causa entre crianças e adolescentes. O problema, apesar de bastante conhecido, ainda gera dúvidas nos pacientes em relação ao tratamento e causas das crises.
A conseqüência disso é um alto número de mortes relacionadas à doença: duas mil pessoas por ano. "As mortes por asma devem-se, principalmente, à falta de reconhecimento da gravidade de uma crise", explica o Dr. Wilson Aun. Muitas mortes relacionadas à asma seriam evitadas se os pacientes soubessem reconhecer a gravidade da crise e procurassem ajuda médica. "Os pacientes vão ao pronto-socorro somente em último caso e isso prejudica o tratamento", completa.
A asma tem controle e deve ser tratada basicamente em duas etapas: durante as crises agudas de falta de ar ocasionadas pela doença e durante os intervalos das crises, de maneira preventiva. Durante as crises, o tratamento deve ser iniciado logo após o surgimento dos primeiros sintomas e é feito com broncodilatadores, que agem relaxando os brônquios. A associação de substâncias como salbutamol e brometo de ipratrópio, por exemplo, produz rápida ação no controle das crises de asma. A manutenção deve ser feita com antiinflamatórios e corticóides.
Entretanto, diversos pacientes abandonam o tratamento por conta própria ou não fazem uso correto dos medicamentos. O recurso mais valorizado atualmente no manejo da asma é a educação do paciente, que deve ser ensinado a reconhecer os sintomas e a gravidade das crises para buscar ajuda rapidamente. "De nada valem as excelentes opções de tratamento existentes se não forem usadas. Os aerossóis dosimetrados, mais conhecidos com bombinhas, utilizadas durante a crise de asma, não fazem mal ao coração como muita gente teme", afirma o Dr. Aun.
Os problemas respiratórios são uma grande preocupação entre os jovens, principalmente nos grandes centros urbanos, onde a concentração da poluição atmosférica é maior. O estudo mostrou que um a cada cinco jovens atendidos pelo sistema público de saúde apresenta queixas relacionadas a esses problemas.
A grande preocupação dos pais de adolescentes asmáticos é o comportamento de risco dos jovens, que costumam viajar e sair sem os medicamentos que são usados nas crises da doença. "Os jovens se consideram imunes contra muitas situações, inclusive contra problemas que eles conhecem, como é o caso dos asmáticos. Os próprios adolescentes se expõem a fatores alérgicos, como a fumaça nas casas noturnas, e em muitos casos não estão preparados para uma possível crise", esclarece.
As causas da asma
A asma é causada por diversos fatores como genéticos e ambientais. A genética apresenta um papel importante no surgimento da doença. O risco de desenvolver asma na infância está relacionado à presença do problema nos pais. Além dos fatores genéticos, a asma sofre influências ambientais como infecções virais; alergênicos domiciliares como os ácaros, animais domésticos de pêlo, baratas e fungos; fumaça de cigarro; poluição atmosférica; produtos químicos e medicamentos.
Sintomas da asma
Os principais sintomas das crises de asma são aperto e chiado no peito, falta de ar e tosse, que costuma agravar-se principalmente na metade da noite e início da manhã. A dificuldade de respirar é conseqüência de um processo inflamatório crônico das vias aéreas, o que contrai os músculos que envolvem os brônquios, causando dificuldade na respiração.
O tratamento da asma
Existem diversos medicamentos no mercado eficazes para o tratamento da crise de asma, entre eles o Berotec® (bromidrato de fenoterol), o Duovent® e o Combivent® (brometo de ipratrópio/sulfato de salbutamol). A manutenção da asma deve ser feita com anticolinérgicos (Atrovent®), antiinflamatórios e corticóides.
Segundo o Dr. Aun, os medicamentos podem garantir o controle efetivo da asma. Entretanto, a prática esportiva pode ser um coadjuvante no controle da doença. Os exercícios fortalecem os músculos envolvidos na respiração, o que facilita a entrada e saída de ar dos pulmões. O resultado é um maior conforto ao respirar e a diminuição do número de crises.
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Data de inclusão: 21/06/2007
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Leitura adicional:
Vilão da Asma
Asma - Causas do ataque, diagnóstico, tratamento