O contato da pele com certas substâncias podem ter conseqüências desastrosas para algumas pessoas, podendo afetar até mesmo seu dia-a-dia no trabalho. Essas substâncias podem dar origem à chamada dermatite ou eczema de contato, uma afecção da pele que atinge até 10% da população e causa vermelhidão, coceira, ardência, ressecamento, descamação, bolhas e rachaduras.
A afecção atinge principalmente as partes do corpo mais expostas ao ambiente, como mãos, pescoço, faces, pés e antebraço de indivíduos cujas ocupações geram contato com substâncias alergênicas, como donas de casa, cabeleireiros, pedreiros, pintores e faxineiros. Pode tornar-se incapacitante, pois as lesões, dependendo da gravidade e da localização, impedem o indivíduo de realizar suas atividades habituais, em especial no trabalho.
A dermatite de contato é causada por um agente externo, também chamado de agente contactante, que, em contato com a pele, desencadeia uma reação inflamatória. “A reação pode ocorrer por meio de dois mecanismos: imunogênico, que causa a dermatite de contato alérgica, e não-imunogênico, causando a dermatite de contato irritativa”, esclarece Dr. Vitor Manoel Silva dos Reis, médico dermatologista da Divisão de Dermatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.
A dermatite de contato irritativa ocorre por simples contato da pele com agentes agressores, cujo mecanismo de ação não envolve eventos imunológicos. Os sintomas podem aparecer imediatamente, como no caso do contato com um ácido, ou depois de longos períodos de exposição, como o contato com detergentes, sabões e até mesmo com a água. Porém, as lesões regridem com a retirada do agente irritante. “Já na dermatite de contato alérgica”, completa Dra. Flavia Addor, médica dermatologista, membro do Departamento de Cosmiatria da Sociedade Brasileira de Dermatologia e sócia fundadora da Medcin – Instituto da Pele, “a substância contactante penetra na pele e é reconhecida pelo sistema imunológico como estranha e nociva, gerando uma reação de defesa excessiva, que compromete o organismo como um todo. Assim poderão ocorrer lesões mais intensas e à distancia do foco original”.
Segundo Dra. Flavia, as lesões podem evoluir de várias maneiras se não tratadas. “Pode haver infecção, formação de manchas e aparecimento de lesões à distancias da área original. Elas variam de acordo com o grau de sensibilidade do paciente, com a intensidade, freqüência e duração da exposição, e com o potencial irritante da substância”.
Conforme explicam os médicos, a patologia pode ser diagnosticada observando-se o aspecto da lesão, bem como sua localização inicial, e pela história clínica detalhada. Em alguns casos, utiliza-se o teste de contato, que consiste em expor a pele a ingredientes de maior potencial alergênico ou com o produto suspeito. O tratamento deve começar pelo afastamento da substância causadora da irritação e tem continuidade com o emprego de corticóides tópicos, anti-histamínicos e, nos casos severos, corticóides orais. O corticóide tópico Topison (furoato de mometasona), recentemente lançado pela Libbs Farmacêutica, é uma opção para o tratamento da dermatite de contato. O medicamento possui alta capacidade hidratante, fundamental para diminuir o ressecamento das áreas afetadas pela dermatose. Além disso, não apresenta potencial irritante e sensibilizante, o que o torna bastante seguro para o paciente.
Segundo estudo publicado no Journal of Dermatology Treatment (1997), pacientes com eczemas ou outras patologias cutâneas que tornam a pele seca devem utilizar produtos com característica emoliente. Segundo M.J. Cork, autor do estudo, apesar de pouco utilizada na prática clínica diária, essa qualidade adicional pode fazer a diferença na hora de o paciente aderir ou não a um tratamento dermatológico. Para se ter uma idéia, 30% do resultado da ação de um medicamento para a pele vem do veículo utilizado. Os 70% restantes são atribuídos ao princípio ativo.
OS INIMIGOS DA PELE
Existem certos produtos que contém substâncias altamente irritantes, dos quais dificilmente cabeleireiros, depiladoras, donas de casa, faxineiros, costureiras e trabalhadores da construção civil conseguem se ver livres, já que têm de manipulá-los diariamente. Os médicos recomendam que, nesses casos, se faça o uso de luvas, mas evitar o contato das mãos com essas substâncias. Veja abaixo alguns exemplos:
• Cimento;
• Tintas;
• Tecidos;
• Colas de madeira;
• Couros;
• Vernizes;
• Ceras depilatórias;
• Produtos para permanente;
• Detergentes;
• Esponjas;
• Desinfetantes
Fontes:
Dra. Flavia Addor, médica dermatologista, membro do Departamento de Cosmiatria da Sociedade Brasileira de Dermatologia e sócia fundadora da Medcin – Instituto da Pele. Tel.: (11) 3654-3849
Dr. Vitor Manoel Silva dos Reis, médico dermatologista da Divisão de Dermatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. Tel. (11) 3088-8491
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Jornalista Responsável: Renata Melo
Tel: ( 011 ) 3039-5655
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