Resultados da Pesquisa de Orçamentos Familiares de 2002-2003, organizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), mostram que o excesso de peso na população brasileira já é um problema de maior magnitude do que a desnutrição, sendo oito vezes superior entre as mulheres e quinze vezes entre os homens.
Hoje, o percentual de pessoas acima do peso no país chega a 40% dos adultos, ou 38,8 milhões. Desse total, 10,5 milhões podem ser consideradas obesas.
Casos de osteoartrite, resultado da alteração na microestrutura da cartilagem que protege as juntas, provocando dor, inflamação e até impossibilitando o paciente de se locomover, estão se tornando mais freqüentes em conseqüência do aumento de peso da população.
"A osteoartrite é um dos tipos mais comuns de artrite, estando relacionada, entre outros fatores, com o ganho de peso e idade. Como não se pode evitar o envelhecimento, é melhor eliminar fatores de risco, como o excesso de peso e a obesidade. No início, ocorrem microfissuras ainda imperceptíveis em exames radiológicos", diz a doutora Maria Cecília Anauate, reumatologista do Hospital Santa Paula, de São Paulo.
A médica ressalta que, sendo uma doença inicialmente silenciosa, os primeiros sinais são sentidos nos joelhos. "De início, a pessoa começa a sentir dor matinal, com dificuldade em sentar e levantar de cadeiras, subir e descer escadas, inchaço local logo após esforço físico e, muitas vezes, crepitação (ruído) nas juntas. Uma das primeiras medidas do tratamento é avaliar se a pessoa está acima do peso ideal e iniciar uma dieta alimentar".
Atualmente, existe um grande arsenal terapêutico para tratar a osteoartrite de joelhos. "A primeira tentativa é buscar preservar a cartilagem articular e a integridade da articulação. O uso de condroprotetores (sulfatos de glucosamina e condroitina que estimulam a reparação cartilaginosa) é uma boa opção. A aplicação intra-articular de ácido hialurônico, que funciona como um líquido sinovial sintético, é outra terapia que que responde bem no tratamento da osteoartrite de joelhos", diz a médica.
Maria Cecília Anauate diz, ainda, que pesquisas estão sendo realizadas na tentativa de se entender a evolução da doença. "O uso de marcadores ósseos tem sido utilizado para observar se a patologia está ou não em progressão e qual a gravidade da doença".
De acordo com a Arthritis Foundation, entre 1998 e 2002, a proporção de pessoas que sofrem de artrite aumentou de 1:6 para 1:3. Dos 70 milhões de americanos que sofrem de algum tipo de artrite, 20 milhões dizem respeito a osteoartrite - sendo a segunda principal causa para afastamento do trabalho, perdendo apenas para as doenças do coração.
Fonte: Maria Cecília Anauate, reumatologista do Hospital Santa Paula, de São Paulo.
Créditos: Marco Berringer - marcopaulo@libris.com.br
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