Um tipo de cirurgia bariátrica ainda pouco utilizada no Brasil pode ser a melhor alternativa para pessoas que têm a indicação para a cirurgia, mas têm receio de cortar partes do estômago ou intestino. A Banda Gástrica (ou LAP-BAND™, como é conhecida nos Estados Unidos) foi tema de discussão no último congresso da ABESO (Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica), realizado de 16 a 19 de agosto em São Paulo.
A Banda Gástrica é um dispositivo colocado na parte superior do estômago e pode reduzir para até um décimo sua capacidade. Com isso, o paciente tem uma sensação de saciedade com uma quantidade muito menor de comida.
Sem mutilações
A Banda é feita de silicone e tem o formato de um anel inflável (não confundir com o anel gástrico, cuja colocação envolve corte e grampeamento do estômago). Após a colocação, que é feita por videolaparoscopia, a Banda pode ser inflada e desinflada ao longo do tempo, de acordo as necessidades de cada paciente. Esse procedimento já foi realizado em mais de 300 mil pessoas ao redor do mundo. Representa 30% das cirurgias de estômago nos Estados Unidos e chega a 90% na Austrália.
Um dos maiores benefícios da Banda Gástrica é que, ao contrário do que ocorre nas outras modalidades de cirurgia bariátrica, pacientes operados com banda têm baixo risco de desnutrição, pois não existe interferência no processo de absorção dos nutrientes pelo aparelho digestivo (como ocorre quando o estômago ou o intestino são cortados, por exemplo). A técnica foi aprovada pelo FDA (Food and Drug Administration) em junho de 2001, como a opção menos invasiva e que apresenta menores lesões ao corpo entre todos os tipos de cirurgia bariátrica. Depois de um ano de uso, a banda garante melhorias nos níveis de glicemia e insulina de jejum (mesmo nos obesos diabéticos) e na sensibilidade à insulina. A ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprova o uso da Banda Gástrica no Brasil.
De acordo com o Dr. Denis Pajecki, médico da Unidade de Tratamento do Paciente Obeso Grave do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica, alguns benefícios da Banda Gástrica em comparação com as outras cirurgias bariátricas são: a ajustabilidade (a banda pode ser inflada e desinflada de acordo com a necessidade de cada paciente), a reversibilidade (pode ser removida), o baixo risco nutricional, o procedimento minimamente invasivo e o menor índice de morbidade e mortalidade.
Sem milagres
Fazer a cirurgia não significa que o processo de emagrecimento será fácil. É muito importante que os pacientes sejam acompanhados por uma equipe de médicos formada, de preferência, pelo cirurgião, um endocrinologista, um nutricionista e um psicólogo. Isso porque o paciente tem que aprender a mudar seu estilo de vida. A perda de peso nos pacientes que usam a banda gástrica é mais gradativa do que em outras cirurgias do estômago e fica em torno de 20% do peso total. “É importante ressaltar que os resultados dependem principalmente da adesão do paciente”, explica o cirurgião bariátrico Luiz Vicente Berti, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica.
Não é para todo mundo
Tanto a Banda quanto qualquer outro tipo de cirurgia bariátrica só é recomendada como opção de tratamento da obesidade quando o Índice de Massa Corpórea (IMC) for maior que 40 ou estiver entre 35 e 40, mas associado a complicações associadas à obesidade.
Para saber mais
O site www.emagrecimentosaudavel.com.br
traz diversas informações sobre essa e várias outras técnicas de emagrecimento. O internauta pode encontrar também depoimentos de quem já fez a cirurgia e a opinião dos médicos sobre a técnica, além de estudos científicos e dicas para uma vida saudável.
Sugestão para entrevistas:
Dr. Denis Pajecki
Médico da Unidade de Tratamento do Paciente Obeso Grave da Disciplina de Cirurgia do Aparelho Digestivo do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. Titular do Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva, do Colégio Brasileiro de Cirurgiões e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica. Mestre e doutor em Cirurgia do Aparelho Digestivo pela Faculdade de Medicina da USP.
Dra. Alessandra Rascowski
Médica endocrinologista da Clínica Felipo Pedrinolla e Alessandra Rascowski. Dedica-se ao tratamento de pacientes que sofrem de distúrbios da compulsão alimentar e obesidade. Foi responsável pelo Ambulatório Clínico de Obesidade Mórbida do Hospital das Clínicas da FMUSP, onde realizou trabalho de orientação e acompanhamento a pacientes tratados com cirurgias de redução de estômago. É membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), da Associação Brasileira de Estudos sobre Obesidade (ABESO) e da Endocrine (ou Endocrinology Society (USA).
Dr. Luiz Vicente Berti
Cirurgião Bariátrico e Presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica.
DADOS DA ASSESSORIA
Fonte: Burson Marsteller
Jornalista Responsável: Renata Salles
Tel: ( 11 ) 30942249
Email: renata.salles@bm.com
Leitura adicional:
Cirurgia de redução estômago contra a obesidade - Bariátrica
Cirurgia bariátrica - Prós e contras da redução de estômago