Busca de prazer, refúgio dos problemas, diversão, ansiedade, coragem para enfrentar as diversidades da vida. Essas são algumas das razões que levam milhares de pessoas em todo mundo a buscar algum tipo de droga para se sentir melhor.
Este é o caso de Danilo, personagem vivido pelo ator Cauã Reymond na novela Passione da Rede Globo. Com a falta de estrutura familiar sólida, e devido às próprias cobranças como atleta, o jovem começa a usar anfetaminas para melhorar seu desempenho no ciclismo. Aos poucos, ele foi se envolvendo com outros tipos de drogas, como ecstasy e cocaína.
De acordo com o relatório anual da Agência das Nações Unidas contra a Droga e o Crime (ONUDC), existem milhares de casos semelhantes ao de Danilo em todo o mundo. São 200 milhões de pessoas viciadas em drogas: 163 milhões (maconha), 34 milhões (anfetaminas), oito milhões (ecstasy), 14 milhões (cocaína) e 15 milhões de opiáceos (como a heroína). No Brasil, o alcoolismo atinge 10% da população.
Segundo a médica e psicanalista, Soraya Hissa de Carvalho, a grande maioria das pessoas começa com pequenas dosagens das sustâncias e devido a uma franqueza psicológica passa a necessitar cada vez mais da mesma. “As pessoas têm uma falsa ilusão que com o álcool, o cigarro e as outras drogas vão conseguir refugiar-se dos problemas. A princípio, tais substâncias provocam uma sensação boa de alívio e preenchimento. Neste estágio, as pessoas desejam cada vez mais. É quando já estão viciadas. Do vício para dependência é um passo”, afirma a médica.
Soraya explica que a dependência química ou física é diferente de vício. “O vício é geralmente caracterizado pela necessidade compulsiva da droga, enquanto a dependência química é definida pela tolerância à droga e sintomas de abstinência quando há descontinuidade no uso. O vício de drogas é considerado um estado patológico”.
As drogas são separadas em três grupos de acordo com seus efeitos sobre os indivíduos. O primeiro são drogas estimulantes. Neste grupo, estão as anfetaminas, a cocaína e seus derivados. “Como sugere o termo, são substâncias que aceleram a atividade do Sistema Nervoso Central (cérebro), que passa então a funcionar mais rapidamente. A pessoa então anda mais, corre mais, dorme menos, fala mais, come menos”, diz a psicanalista.
As drogas depressoras, segundo a médica, são as substâncias que diminuem a atividade cerebral, deixando os estímulos nervosos mais lentos. Neste grupo estão: o álcool, os soníferos, a heroína, a morfina, a cola de sapateiro, os remédios ansiolíticos e antidepressivos (barbitúricos) e seus derivados.
Já a maconha, o haxixe, o LSD, os cogumelos e o ecstasy são considerados como as drogas perturbadoras. “Essas são substâncias que fazem o cérebro funcionar de uma maneira diferente, muitas vezes, com efeito alucinógeno. Não alteram a velocidade dos estímulos cerebrais, mas causam perturbações na mente do usuário”, reforça Soraya.
Após o vício
Uma vez necessitando da droga a pessoa passa a correr vários perigos e sofrer com as conseqüências, como problemas de relacionamentos, sexuais, profissionais, emocionais e físicos.
“Após dependente o indivíduo entra em um ciclo perigoso no qual o maior prejudicado será ele mesmo. As primeiras conseqüências serão as físicas, que prejudicaram os relacionamentos e o trabalho. Esses dois setores da vida se não estiverem bem, o viciado buscará refúgio nas drogas. Faltará dinheiro para comprar o que tanto deseja, então passará a roubar ou a dever a quem vende. Se essa dependência não for tratada a tempo essa pessoa morrerá devido ao uso excessivo ou, até mesmo, poderá ser assassinada”, alerta a psicanalista.
Ainda há grande risco de doenças infecciosas devido ao uso comum de seringas para a injeção de drogas, como a AIDS, Hepatite B e C.
Tratamento da dependência química
Para a médica Soraya Hissa, o melhor tratamento é sempre a prevenção. “Informação, educação e diálogo são apontados como o melhor caminho para impedir que jovens se viciem. Uma criança bem orientada será um adulto mais preparado”, acredita.
Mas para quem segue pelo caminho das drogas, o apoio familiar e o desejo da pessoa em melhorar são imprescindíveis. O tratamento recomendado são a psicoterapia e a participação em grupos de apoio. Para combater o vício, além das terapias são usados medicamentos que reduzem os sintomas da abstinência ou que bloqueiam os efeitos das drogas.
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Outubro 2010