Novo exame do esôfago, baseado em uma microcâmera ingerida pelo paciente, dura apenas 20 minutos. Menos invasivo, o procedimento permite detectar diversas doenças
Na medicina tudo evolui rapidamente. E um dos exames que mais mudou nos últimos tempos foi a endoscopia. O nome já explica bem o que significa o procedimento. Quer dizer "olhar dentro". Muitas pessoas, entretanto, têm pânico só de ouvir falar na palavra, imaginando um exame invasivo e cansativo. Mas o procedimento não é tão complexo quanto parece, ainda mais se for feito com a moderna cápsula endoscópica.
No método tradicional, o paciente recebe sedativo e engole um tubo flexível, fino e iluminado, com o qual o médico examina todo o tubo digestivo, superior e inferior, que inclui esôfago, estômago e duodeno. Após uma ou duas horas, a medicação perde efeito e o paciente já pode retomar suas atividades.
Com a cápsula endoscópica, o paciente ingere uma cápsula do tamanho de uma vitamina, equipada com duas minicamêras de vídeo nas extremidades. As pequenas câmeras contam com a ajuda de três sensores que ficam no peito do paciente. Estas recebem as imagens capturadas e enviam para um gravador de dados no formato de um walkman, colocado na cintura. Em menos de 20 minutos, podem ser capturadas até 26 mil imagens.
"Deitado, o paciente engole a cápsula, que é de fácil ingestão. Durante cinco minutos, ela percorre o esôfago, captando imagens da mucosa. Após esse período, o paciente pode levantar. Em mais 15 minutos, a cápsula já ultrapassa o esôfago. Quando chegar ao estômago, será expelida naturalmente", explica o gastroenterologista Eduardo Guimarães, do Pasteur/ Diagnósticos da América, único laboratório em Brasília a oferecer o serviço.
Todas as imagens gravadas são transferidas para uma estação de trabalho criada especialmente para a tecnologia. O médico visualiza e analisa os resultados e prepara o laudo com o diagnóstico e as devidas recomendações para o tratamento.
Dr. Eduardo frisa que a cápsula endoscópica não substitui a endoscopia em todos os casos. Ela simplifica o diagnóstico e restringe os exames mais complexos apenas aos casos em que há suspeita de diagnósticos mais complexos. É de grande valia em problemas causados pela doença do refluxo gastroesofágico, uma complicação que se tornou comum hoje e é de difícil diagnóstico. O distúrbio pode desencadear complicações como a esofagite (inflamação da camada interna de revestimento do esôfago), úlcera de esôfago, estenose (fechamento) e Esôfago de Barrett, que têm potencial cancerígeno.
Outras doenças detectadas pela cápsula de esôfago são: varizes do esôfago, lesões agudas pela ingestão de drogas medicamentosas, tumores, má-formações e divertículos.
Créditos:
Patrícia Resende
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