Se o olho é a janela da alma, pode-se dizer que o fundo do olho é o espelho do organismo. Por meio de um exame detalhado da retina, um oftalmologista é capaz de identificar doenças sistêmicas do corpo humano e alterações no metabolismo. Problemas vasculares, diabetes, hipertensão, tromboses, doenças reumáticas, tumores do olho e de origem (metástase) de outros órgãos, tumores intracranianos e até mesmo o vírus da AIDS podem manifestar-se, primeiramente, no olho.
Uma dorzinha no olho ou sisplesmente um discreto embaçamento visual podem ser sinal de problemas maiores e não devem ser desconsiderados. Existem exames, como o mapeamento da retina, onde o fundo do olho e suas estruturas são avaliados. O fundo do olho é o único local do corpo humano onde é possível examinar diretamente, sem métodos invasivos, o nervo óptico, a retina e vasos.
"Por este motivo é possível diagnosticar e acompanhar a evolução de doenças sistêmicas como hipertensão arterial, diabetes, doenças reumáticas, doenças neurológicas, doenças hematológicas e qualquer outra doença que resulte da alteração vascular, sangüínea ou dos nervos. Além disso, podemos detectar qualquer outra doença do próprio olho", explica o oftalmologista, Sérgio Kniggendorf, especialista em retina.
OLHO SECO: SINAL DE ALERTA PARA A TERCEIRA IDADE
Muitas vezes, num exame de rotina, o próprio oftalmologista pode encaminhar o paciente para outras especialidades médicas que estão relacionadas à visão. A médica Maria Lúcia Caetano Rios já detectou em pacientes doenças pouco comuns como a Síndrome de Sjogren, doença crônica reumática, após diagnosticar o ressecamento da superfície do olho de um paciente.
Apesar de comum em regiões de clima seco, como o Centro-Oeste, a Síndrome do Olho Seco - dificuldade de produção ou a má qualidade da lágrima - também pode ser sinal de outros males como artrite e lupus.
"Esse tipo de problema é mais comum em paciente na faixa etária de 65 anos. Portanto, é importante estar alerta aos sinais de queimação, ardência, coceira, sensibilidade a luz e sensação de corpo estranho nos olhos", explica a médica.
Um bom exame e diagnóstico precoce pode classificar tipo do olho seco que vai determinar o tratatamento correto que varia de simples lágrimas artificiais até cirurgias para o fechamento do ponto lacrimal.
TOXOPLASMOSE É A MAIOR CAUSA DE UVEÍTE
Olhos vermelhos, dores, aversão à luz e visão borrada podem ser sintomas de uma doença pouco conhecida, mas nem um pouco rara: a uveíte. As causas desta doença que afeta a chamada úvea - camada do olho sobre aqual se aplica a retina - vão desde um traumatismo do olho a doenças sistêmicas como: vírus HIV, doenças metabólicas, artrite reumática. No entanto, a mais comum surge em conseqüência da toxoplasmose, doença contraída por meio de fezes e urina de animais domésticos. Estima-se que 25% da população mundial seja positiva para toxoplasmose.
"As pessoas que têm toxoplasmose podem desenvolver a Uveite de um dia para o outro ou simplesmente vão percebendo um embaçamento progressivo da visão. Nesses casos o importante é um diagnóstico precoce e preciso da doença", afirma a oftalmologista do Hospital Oftalmológico de Brasília (HOB), Andréa Cavaleiros, especialista em infecções da Úvea.
Existem vários tipos de uveíte mas na maioria dos casos, se controlada a tempo, não deixa seqüelas. A inflamação pode ocorrer na parte anterior do olho, na íris (irite); no meio do olho envolvendo o corpo ciliar (ciclite); ou na parte de trás do olho afetando a coróide (coroidite).
A inflamação na úvea pode, inclusive, indicar que outras áreas do organismo precisam de atenção e os resultados do tratamento estão diretamente relacionados à gravidade da doença que a desencadeou e muitas vezes pode envolver outras especialidades médicas.
Fonte: Capta Comunicação e Promoções
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