Segundo a Fundação Internacional de Osteoporose (IOF), a América Latina passará, nos próximos anos, por um significativo aumento do número de fraturas osteoporóticas, em comparação com outras regiões do mundo. No Brasil, estima-se que apenas 2% dos 15 milhões de portadores da doença recebem tratamento adequado.
Atualmente, segundo a OMS, a maioria das fraturas de quadril acontece nos países da Europa e da América do Norte. A projeção se baseia no fato de que as mudanças demográficas que devem ocorrer nos próximos 50 anos aumentarão significativamente o número de idosos na Ásia, África e América do Sul. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o grupo de 30 a 59 anos subiu de 25% da população brasileira (em 1940) para 32,9% (em 1998), e deverá chegar a 40,2% em 2020. Os idosos, acima de 60 anos, somavam 12,4 milhões de pessoas em 1998 e podem ser 25 milhões nos próximos 21 anos.
Estudos realizados no Japão, nos Estados Unidos e na Europa têm demonstrado que a ingestão diária de alimentos à base de soja, entre os quais, o tofu (queijo de soja), missô, natto e tempê (especialidades da cozinha oriental) auxiliam no ganho de massa óssea e, portanto, na prevenção e no tratamento da osteoporose. Os grãos de soja contêm um composto denominado genisteína, pertencente a uma família de substâncias conhecidas como isoflavonas (fitoestrógenos), que "imitam" o efeito do estrógeno no corpo.
"A genisteína tem demonstrado ser um nutriente importante para a diminuição da reabsorção óssea em mulheres idosas com osteoporose. Além disso, alguns estudos em animais demonstram que as isoflavonas da soja (incluindo a genisteína) também podem elevar os marcadores de formação óssea. Isso é muito importante, pois não é somente a genisteína que parece atuar na reabsorção e na formação óssea, mas as isoflavonas em conjunto", afirma a nutricionista e professora Lígia Martini, da Faculdade de Saúde Pública da USP e coordenadora do atendimento nutricional de pacientes com osteoporose na Unifesp-EPM.
De acordo com um estudo realizado no Centre for Metabolic Bone Disease, localizado no Reino Unido, a genisteína demonstrou exercer um efeito anabólico nos ossos, ou seja, aumenta a massa óssea. A genisteína configura-se, então, como um agente anabólico oral potencialmente útil para a prevenção e o tratamento da osteoporose.
RECOMENDAÇÕES
Lígia Martini recomenda que "os pacientes com osteoporose ou aqueles com redução de massa óssea ou mesmo que querem prevenir a doença incluam, em sua alimentação diária, leite e derivados desnatados (3 porções por dia), frutas e vegetais variados (5 porções por dia), evitem excesso de carnes vermelhas dando preferência às carnes brancas (1-2 porções por dia) e sempre que possível ingiram algum derivado de soja, como o tofu, ou o leite de soja (1-2 porções por dia), além de evitarem o excesso de sal. Para aqueles que não comem alimentos à base de soja com freqüência, os suplementos nutricionais ou alimentos fortificados são uma alternativa."
Créditos: Andressa Scaldaferri - andressa@attachee.com.br
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